terça-feira, 12 de dezembro de 2017


A OBRA ‘DOM QUIXOTE DAS CRIANÇAS’ 
é um encontro com a literatura cômica e a aprendizagem.

A escolha do tema objetiva-se no desejo de mostrar a importância da literatura de Lobato no desenvolvimento cognitivo da criança e durante o processo ensino aprendizagem. Analisando o livro Dom Quixote das Crianças, onde enfatiza-se o cômico presente na obra e a aquisição de conhecimentos adquirida durante a leitura. Mostrar como Monteiro Lobato dialogou com propostas educacionais ainda não definidas em sua época, incluindo em seus livros teorias consideradas hoje primordiais nas instituições escolares. A boa literatura infantil ajuda e estimula o aprendizado, o pensamento crítico, a imaginação e a criatividade quando inserida na vida das crianças desde a mais tenra idade.
O universo mágico dos livros infantis, desperta a curiosidade e o interesse da criança, a fantasia é irresistível, a humanização de bichos e objetos também atrai o leitor mirim. Toda essa realidade é encontrada nos livros de Monteiro Lobato que criou numerosas obras repletas de elementos apreciados pelos pequenos. Dividimos essas obras em três capítulos. O primeiro aborda sobre o “jeitinho brasileiro” que Lobato adotou ao escrever para a platéia infantil, destacando como esse escritor rompeu com modelos literários destinados às crianças e transformando-se o marco da Literatura-Infanto-Juvenil Brasileira. O segundo capítulo relata sobre um dos elementos que fazem as obras de Lobato serem tão apreciadas, trata-se da interação, do diálogo presente nos serões de Dona Benta. No terceiro e último capítulo a ênfase está voltada para a análise do livro Dom Quixote das Crianças, destacando a contribuição desse acervo na aprendizagem dos leitores.
Monteiro Lobato sempre acreditou que a aprendizagem se consolidava através da participação do indivíduo no seu processo de conhecimento. Tal concepção é abordada por estudiosos da Psicologia social e do desenvolvimento. Lobato não via as crianças como meros receptores, mas seres capazes de inventar, de descobrir e transformar seu espaço social. Para ele, o aprendizado não se concluía através da transmissão de conhecimento, mas por meio da troca do diálogo, da socialização.
A OBRA ‘DOM QUIXOTE DAS CRIANÇAS’ é uma fonte de múltiplas aprendizagens.  O livro infantil com sua simplicidade, clareza e fantasia atrai as crianças contribuindo para o desenvolvimento do amadurecimento, da criatividade, imaginação e da aprendizagem das mesmas. Todos esses elementos tornam a leitura prazerosa, uma vez que é desse universo que as crianças gostam. Esse universo é encontrado no livro Dom Quixote das Crianças (1994), de Monteiro Lobato. O grande autor adaptou o segundo livro mais traduzido a uma linguagem simples para que se tornasse de fácil entendimento para as crianças. A história de Dom Quixote é contada por Dona Benta que sabe melhor do que ninguém narrar histórias. A avó narra de maneira simples, e como é interrompida a todo o momento pelas crianças, a leitura se torna prazerosa, porque todos participam.
Não há dúvida em afirmar que as histórias infantis de Monteiro Lobato são uma forma de enriquecimento para todos os leitores que têm contato com essas obras. Através desses livros o leitor adquire noções das mais diversas ciências, e melhor, a aquisição de conhecimentos acontece através do lúdico, aprende divertindo-se com as „armadas‟ de Emília, com a sabedoria de Dona Benta, com a experiência da Tia Nastácia, com a inteligência do Visconde, e com as diversas opiniões manifestadas por Narizinho e Pedrinho.
A  forma da literatura de Lobato garante aos leitores oportunidades para o crescimento cognitivo, preparando-os para o mundo letrado onde possam fazer uso desse aprendizado em sua vida cotidiana e real.
É imprescindível que os livros de Lobato façam parte do passatempo dos pequenos, pois tendo contato com esses acervos as crianças apreciarão a leitura, isso porque é impossível não gostar das divertidas histórias que acontecem no Sítio do Picapau Amarelo, são histórias relacionadas ao universo infantil, a maioria das pessoas que lá moram são crianças que adoram adentrar em uma aventura, e isso faz com que os leitores se identificam com aqueles personagens.
Ao criar uma literatura própria para o leitor mirim, Lobato rompeu com aquela velha idéia de que as crianças eram adultos em miniatura. Em seus livros, Lobato exalta a criança, isso ocorre porque elas têm voz ativa, são inteligentes, atentas e espertas.
Monteiro Lobato luta pela valorização dos pequenos, investe no desenvolvimento cognitivo desses leitores por acreditar que as crianças são as únicas pessoas capazes de transformar o mundo. Ao dar voz aos bichos, as crianças e aos objetos, Lobato quebra preconceitos, para ele todas as pessoas são capazes de criar, de descobrir, de aprender.
Enfatizou-se também a clareza com que Lobato consegue ensinar as crianças tudo o que há de complexo. O Sítio do Picapau Amarelo transformou-se em uma escola, porém lá as aulas são diferentes, a aprendizagem acontece através da brincadeira. Monteiro Lobato consegue ensinar e fazer comédia ao mesmo tempo, esse elemento faz com que as crianças do Sítio amem os Serões de Dona Benta, o que para a avó é uma aula, para Emília, Narizinho e Pedrinho é o momento mais prazeroso do dia em que todos se reúnem, isso acontece porque esses serões não tem cara de aula.
A interatividade e o diálogo presente nas obras infantis de Lobato condizem com concepções na qual se afirma que a aprendizagem consolida-se por meio da participação ativa do indivíduo durante esse processo, por isso é fundamental que a leitura seja inserida na vida das crianças, pois os livros levam o leitor a aprender de forma lúdica. A intenção é fazer com que a criança cresça intelectualmente através das maravilhas que os livros proporcionam. A leitura é um exercício para mente, ela enriquece o vocabulário e o senso crítico.
Como é gostoso e edificante para o leitor mirim, ouvir a explicação de um conteúdo através da voz de uma criança, isso porque sempre há uma identificação. A linguagem simples e direta da criança facilita o entendimento do que está sendo explicado. A bonequinha Emília confirma isso. “Os viscondes que falem arrevesado lá entre eles. Nós, que não somos viscondes nem viscondessas, queremos estilo claro de ovo, bem transparentinho, que não dê trabalho para ser entendido. Comece”.

E poderá ir muito mais longe para fazer milhares de novos e conscientes leitores.
Coordenadores do Projeto: 
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Um comentário:

  1. Estamos levando a obra de Lobato para o enriquecimento das crianças em conhecer o mundo literário através de historias em quadrinhos.

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